quarta-feira, 27 de julho de 2011

campos do jordão do avesso

Todo ano é assim,existe essa grande expectativa julhina,por assim dizer...eita mês que faz render lá pra bandas da serra,seja em chocolate,neguinho babando em boate,na tal e tão procurada cerveja do baden baden-que no fim é cerveja como outra qualquer-só que tem que subir a serra pra tomar,e a graça tá nisso,e vai achando graça,que vem curitibano comprar iate,carioca comprar jet ski-e num me pergunta por que por aqui-meu ex cunhado e atual cumpadre tem uma teoria de que os indigestos senhores não tem assunto no café da manhâ(que deve acontecer lá pelo meio dia,lá todo mundo dá aquela esticadinha)e na falta de assunto,sabe como é....vambora comprar..tem jet ski,helicoptero,landrover..eu fico literalmente embasbacada,quando passo correndo e humilde pergunto com cara sacana pra um dos vários promoters e divulgadores dessa vergonha t0da se realmente se vende alguma coisa por lá..E pode sentar meu caro,vende,vende muito,vende tudo.Nego compra,nego vai lá pra comprar e pra comer.Julho é assim,tem meio um padrão,acho meio do avesso,tá todo mundo encaixado nessa porra desse padrão andando de um lado pro outro calçando suas botas de couro de bico fino fincadas em calças justas de tirar a respiração de qualquer santo,porque na vida num deve ter desconforto maior do que andar sem respirar se equilibrando numa bota bico fino plena três da tarde pra comprar chocolate,tudo uma questão de estilo..Te juro passei por lá em grande estilo:shorts de corrida estilo marina(curto de dar nó),tênis rosa choque com barro-uma cor meio osklen-regata,viseira,óculos,i-pod-tocando racionais a sade no ultimo volume pra cortar toda densidade que o ar rarefeito e limpo explode num paulistano-e vamo que vamo;realiza que os gorros e cachecóis logo se trombaram comigo num efeito alarmante:quem seria aquilo?aumentei o volume,continuei correndo,e por aquela unica rua do centro que passei decidi por la não voltar nunca mais..5 km depois cheguei em casa,exausta,meio apavorada com a plumagem toda do povo naquele puta sol dos infernos,tirei a roupa e de biquini fiquei de bunda pro sol,derrotada...definitivamente desenturmada daquela gente..dos muitos dias que fiquei por lá,corri todos,mas não...sem chocolate...sem baden baden..olhei pro lado,vi tanto verde,só mato...senti um alivio..talvez eu fosse do avessso mesmo.

Um comentário:

Simplesmente Ana ! disse...

Adorei !!!! Essa é a pura realidade Maricota, um lugar tao bonito e tao nojento ao mesmo tempo....
As vezes fica difícil de entender como as pessoas conseguem "curtir" certas coisas, como se sentem bem em se mostrar e viver muitas vezes uma vida que a qual nao os pertence..da vontade de vomitar..blaaaahhhh